Auditores do MTE identificam vazamento de gás que pode ser fatal em empresa onde trabalhador morreu e outros dois ficaram feridos em Tietê
02/07/2024
(Foto: Reprodução) Segundo o MTE, os auditores conseguiram apurar que houve uma reação forte com o escape do gás HS2, que em espaço confinado é mortal. Segundo MTE, a manutenção de todas máquinas da empresa será fiscalizada em Tietê (SP)
Jamie Rafael/TV TEM
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) esteve, nesta segunda-feira (1°), na empresa onde um funcionário morreu e outros dois ficaram feridos em um acidente de trabalho na cidade de Tietê no último dia 26. Os funcionários faziam a limpeza de um tanque na indústria que produz insumos químicos agrícolas.
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Segundo o MTE, os auditores conseguiram apurar que houve uma reação forte com o escape do gás HS2, que em espaço confinado é mortal.
De acordo com o chefe regional do Ministério do Trabalho de Sorocaba, Ubiratan Vieira, Elias Alves Ferreira, de 47 anos, não suportou a asfixia e estava dentro do tanque de pouco mais de três metros de altura, conforme colegas ele morreu no local.
Logo em seguida houve tentativa de ajuda de um colega de trabalho que também entrou no tanque e igualmente foi atingido fortemente pelo gás H2 sendo asfixiado imediatamente e caindo dentro do tanque, ele estava desmaiado quando foi resgatado, conforme apurou o MTE.
Segundo a apuração dos auditores, o terceiro trabalhador tentou auxiliar os colegas e desmaiou por asfixia, mas ainda assim conseguiu sair sozinho do tanque.
“Houve ainda um deles que sofreu queda e teve traumatismo craniano. Com isso é fácil perceber que os trabalhadores não possuíam proteção contra queda e nem para o trabalho confinado”, declarou o chefe regional do MTE.
Ainda de acordo com o MTE, a fiscalização prossegue nesta terça-feira (2) quando a empresa deverá apresentar documentos que dizem respeito à Segurança e Medicina do Trabalho.
“Todos ambientes confinados da empresa deverão permanecer interditados até que uma série de providências sejam tomadas e mais trabalhadores não sejam vítimas”, afirmou.
Sobre a informação inicial de que haveria tido uma explosão no tanque, Vieira explicou que com o tumulto gerado na empresa, os funcionários falaram em explosão mas, essa não foi até agora confirmada pelos auditores.
Relembre o caso
Elias Alves Ferreira foi vítima de explosão química em empresa de Tietê (SP)
Reprodução
Elias Alves Ferreira, de 47 anos, morreu após um acidente de trabalho no tanque da indústria de defensivos agrícolas. O acidente aconteceu no último dia 26 de junho.
Elias Alves Ferreira trabalhava na empresa desde 2003. Os outros funcionários foram socorridos, levados para o Hospital Santa Casa de Tietê e, em seguida, transferidos para a Santa Casa de Piracicaba.
A Polícia Civil também investiga o caso. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um representante da empresa informou que funcionários realizavam a limpeza de um tanque de produtos químicos, quando Elias desmaiou.
Ele e outros dois homens foram encaminhados à Santa Casa da cidade, mas o trabalhador não resistiu e morreu. A ocorrência foi registrada como morte suspeita na Delegacia de Tietê, que requisitou exames ao IC e ao IML.
Os dois funcionários feridos chegaram a ser transferidos para Piracicaba, não há atualização sobre o estado de saúde deles,.
O que disse a empresa
Em nota, no dia do acidente, a empresa Fênix informou que "lamenta profundamente o trágico acidente ocorrido em suas dependências, que culminou no falecimento de Elias Alves Ferreira e que feriu outros dois colaboradores".
"Elias foi prontamente socorrido, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Os outros dois funcionários feridos no acidente foram levados ao hospital local para atendimento e já receberam alta médica", declarou em nota.
Segundo a nota, as causas do acidente ainda estão sendo investigadas e a empresa está colaborando com informações às autoridades competentes para elucidação do caso. "Desde o acidente, a empresa Fênix vem prestando todo o apoio e a assistência às famílias das vítimas e exterioriza suas mais sinceras condolências".
Sobre a interdição, a empresa não deu um retorno até a publicação desta reportagem.
Corpo de homem que morreu após explosão química em empresa de Tietê é velado
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