Ministério do Trabalho interdita tanques de gás de empresa onde trabalhador morreu após acidente químico em Tietê
02/07/2024
Empresa Fênix foi notificada formalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Tietê (SP), nesta terça-feira (2). Local não possuía equipamentos para trabalhadores em espaços confinados e em altura. Tanques de gás da empresa foram interditados
Jamie Rafael/TV TEM
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou, nesta terça-feira (2), todos os tanques de insumos agrícolas da fábrica onde um trabalhador morreu e outros dois ficaram feridos após um acidente químico, em Tietê (SP), no último dia 26 de junho.
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De acordo com o MTE, o estabelecimento não possuía equipamentos próprios para uso dos funcionários durante trabalho em espaços confinados e em alta altitude. O homem sofreu asfixia por sulfeto de hidrogênio, gás altamente tóxico e venenoso, caiu e sofreu traumatismo craniano.
Ainda conforme o ministério, um colega de trabalhou tentou socorre, mas foi imediatamente asfixiado pela substância. Ele foi encontrado inconsciente dentro do tanque.
Conforme investigações do MTE, o terceiro trabalhador tentou auxiliar os colegas e desmaiou por asfixia, mas ainda assim conseguiu sair sozinho do tanque.
Segundo o chefe regional do Ministério do Trabalho de Sorocaba, Ubiratan Vieira, os auditores não confirmam a explosão anteriormente dita pelos funcionários do local. Os tanques serão liberados a partir do momento que a empresa cumprir todos os requisitos propostos pelos auditores do ministério.
Em nota, a empresa disse que não se pronunciará sobre "os fatos atrelados ao acidente" e, ainda, afirmou que contribui com as investigações.
Relembre o caso
Elias Alves Ferreira foi vítima de explosão química em empresa de Tietê (SP)
Reprodução
Elias Alves Ferreira, de 47 anos, morreu após um acidente de trabalho no tanque da indústria de defensivos agrícolas. O acidente aconteceu no último dia 26 de junho.
Elias trabalhava na empresa desde 2003. Os outros funcionários foram socorridos, levados para o Hospital Santa Casa de Tietê e, em seguida, transferidos para a Santa Casa de Piracicaba.
A Polícia Civil também investiga o caso. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um representante da empresa informou que funcionários realizavam a limpeza de um tanque de produtos químicos, quando Elias desmaiou.
Ele e outros dois homens foram encaminhados à Santa Casa da cidade, mas o trabalhador não resistiu e morreu. A ocorrência foi registrada como morte suspeita na Delegacia de Tietê, que requisitou exames ao IC e ao IML.
Os dois funcionários feridos chegaram a ser transferidos para Piracicaba, não há atualização sobre o estado de saúde deles.
O que diz a empresa
Em nota, no dia do acidente, a empresa Fênix informou que "lamenta profundamente o trágico acidente ocorrido em suas dependências, que culminou no falecimento de Elias Alves Ferreira e que feriu outros dois colaboradores".
"Elias foi prontamente socorrido, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Os outros dois funcionários feridos no acidente foram levados ao hospital local para atendimento e já receberam alta médica", declarou em nota.
Segundo a nota, as causas do acidente ainda estão sendo investigadas e a empresa está colaborando com informações às autoridades competentes para elucidação do caso. "Desde o acidente, a empresa Fênix vem prestando todo o apoio e a assistência às famílias das vítimas e exterioriza suas mais sinceras condolências".
Corpo de homem que morreu após explosão química em empresa de Tietê é velado
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